quarta-feira, 29 de julho de 2009

Raiva não se pede, se ganha


Comentário sobre o filme Nacional Querô

Querô (2005) é um chute no estômago do sistema de internação das FEBENs do país. Filho de uma prostituta e criado em um prostíbulo, Jerônimo “seu nome de batismo” se cansa de ser mal tratado e decide enveredar no mundo do crime. Em seu primeiro assalto, consegue ganhar uma grana, mas logo é dedurado por um comparsa o que faz com que Querô vá para a Fundação CASA “antiga FEBEM”. Lá sua vida se transforma, e o ódio toma conta de suas veias.

Estrelado pelo ator Maxwell Nascimento “Malhação” o longa – o primeiro do diretor Carlos Cortez – conta a triste história de um adolescente com uma infância conturbada condenada por maus tratos e, que em seu primeiro assalto é logo preso por roubo qualificado (artigo 157). No centro de internação, Querosene – como fica sendo chamado pelos internos – é abusado sexualmente e tratado como se fosse um animal, o que só aumenta sua fúria. Ao organizar um motim na fundação, Querosene consegue fugir. E, de volta as ruas recomeça a vida no crime.
Ficção e realidade – O filme retrata bem as situações dos centros de internação do país. Celas super lotadas, completa precariedade na estrutura e a falta de um pessoal preparado fazem com que os adolescentes que cuprem medidas em meio fechado nesses centros se transformarem em verdadeiros agentes do crime. De acordo com o Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei, realizado em dezembro de 2008 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), 11.734 adolescentes cumprem a medida socioeducativa de internação no Brasil.
Baseado no livro "Querô - Reportagem Maldita", o filme foi gravado na região portuária de Santos.

2 opiniões:

Liliam Freitas disse...

Um puta filme, visceral, brutal e real. É o Brasil e sua realidade nada Hollywood e nada Leblon. È a sociedade que nos empurra para o terceiro mundismo social. Carlos Cortez tá de parabéns e o carinha de malhação arrasa

Liliam Freitas disse...

Um puta filme, visceral, brutal e real. É o Brasil e sua realidade nada Hollywood e nada Leblon. È a sociedade que nos empurra para o terceiro mundismo social. Carlos Cortez tá de parabéns e o carinha de malhação arrasa