segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Documentário Muito Além do Cidadão Kane


O filme, que conta a história da Rede Globo, tem sua exibição proibida no Brasil, - desde sua estréia em 1993 -, graças a uma ação judicial movida por Roberto Marinho, finado dono das Organizações Globo. Atualmente, existem poucas cópias em circulação no país. Foi produzido em 1993 pelo Canal 4 da Inglaterra. Conta com entrevista de nomes importantes como Luiz Inácio Lula da Silva, Chico Buarque, Leonel Brizola, Washington Olivetto, Antônio Carlos Magalhães, Walter Clark, Armando Nogueira e Gabriel Priolli. O documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna do Rio foi boicotada.
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Como o documentário mostra, o domínio crescente da TV Globo na imprensa brasileira envolve contratos ilegais com empresas estrangeiras, um apoio incondicional aos governos ditatoriais no Brasil e tudo o que estiver a seu alcance para garantir seus interesses — o que inclui até a manipulação de debates políticos para eleger o governo, como ocorreu no caso Collor de Mello. Mais do que isso, o filme explica como funciona a política brasileira de comunicações e os critérios arbitrários pelos quais se concedem e renovam as concessões de canais de televisão e rádio.
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Para ser exibido na televisão ou repoduzido em vídeo o documentário precisaria da autorização da rede Globo, uma vez que muitas imagens apresentadas eram da própria Globo. Desnecessário dizer que esse documentário nunca foi exibido na televisão. Como era de se esperar, a Globo se recusou a ceder os direitos de exibição de suas imagens.
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O título do documentário, tem origem na personagem Charles Foster Kane, criada em 1941 por Orson Welles para Citizen Kane, um drama de ficção baseado na trajetória de William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos. Hartog, ao focar Marinho como magnata, faz um paralelo com o filme de Welles.
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O documentário tem quatro partes:
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Na primeira parte do filme, é apresentado o formato de programação da Globo e suas concorrentes, um pouco da história da TV no Brasil, e a relação entre a Rede Globo de Televisão e o regime militar (1964-1985).
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A segunda parte, apresenta o acordo que os produtores do filme consideram “ilegal” firmado entre a Rede Globo e o Grupo Time-Life (empresa norte-americana de comunicação).
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Na terceira parte, procuram demonstrar o poder do proprietário da Rede Globo, Roberto Marinho. Por outro lado, mostra também, o “apoio” da Rede Globo à redemocratização do país, na figura do candidato à presidência da República Tancredo Neves.
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Na quarta parte, tida como a mais importante e reveladora do filme, mostram-se os envolvimentos que, segundo os produtores do filme, são “ilegais” e os “mecanismos manipulativos” utilizados pelas Organizações Globo em suas parcerias com o poder em Brasília (os produtores do filme arrolam supostas fraudes em eleições, acordos considerados ilícitos, etc.).
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"Todo brasileiro deveria ver Além do Cidadão Kane"

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