segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pior que fila de SUS só mesmo a fila do RU

Ainda muito longe das adequações necessárias para oferecer melhor atendimento aos estudantes e funcionários da UFMA, o Restaurante Universitário tem sido fonte de enormes críticas e descontentamentos. Mesmo com todas as promessas feitas ao longo dos anos pela UFMA para a melhoria do RU, estudantes afirmam que as medidas tomadas, na verdade, não passam de um mar de soluções paliativas que na prática não resultam em nenhuma mudança no funcionamento do local.

Para a estudante de Serviço Social, Lorena Rabelo, que utiliza o serviço do Restaurante Universitário três vezes por semana, a demora no atendimento demonstra um verdadeiro descaso com os estudantes. “É um absurdo essa demora toda em atender os estudantes. Como tenho aula pela manhã, minhas amigas têm que sair antes do último horário para podermos marcar lugar e não perder a aula do turno da tarde”, diz ela. A estudante afirma ainda que chega a perder cerca de 40 minutos na fila para almoçar. “Várias vezes chego a ter que esperar mais de 40 minutos na fila por conta de gente que entra e fura a fila na maior cara de pau”, finaliza indignada.

Reformas no RU – Desde outubro de 2008 o RU vem passando por algumas reformas. O local sofreu reparos em sua estrutura e recebeu alguns equipamentos para a melhoria do funcionamento. O restaurante adquiriu uma máquina de resíduos sólidos, um processador de alimentos, além de duas frigideiras basculantes com capacidade para 100 litros que, segundo a responsável pelo restaurante - a nutricionista Isabela Calado -, estão agilizando o processo de preparo de alguns alimentos.

De acordo com a estudante de História, Yasmin Araújo, o pouco espaço da área de entrada do restaurante e a existência de apenas uma catraca eletrônica possibilitam um aumento na demora para o almoço. “Além de a área ser pequena, comparado à quantidade de gente que se tem, acho muito ruim só uma catraca”, alerta a estudante.

Invasão na Reitora - Em 2007, ainda sob a administração do reitor Fernando Ramos, a gestão do DCE na época ocupou e permaneceu durante oito dias na reitoria da UFMA. Entre as principais reivindicações estava a expansão do espaço do RU, algo que gerou um acordo que poria em prática essa exigência. Mas o que se percebe ao longo do tempo, é que o lado interditado do restaurante ainda encontra-se fechado e os estudantes são obrigados a permanecer horas na fila.

Para o coordenador geral do DCE, Gustavo Santos, a abertura total do RU é uma luta histórica que a Universidade promete atender ao movimento estudantil e fruto de vários movimentos, tais como a CATRACA LIVRE.

Sobre os principais problemas enfrentados pelos estudantes, a reitoria afirma que já estão sendo feitas aquisição de catracas eletrônicas que prometem maior agilidade na entrada do RU. No entanto, os cartões que permitirão tal acesso não foram confeccionados e o cadastramento da medida ainda não se estendeu aos alunos, ficando restrito até agora aos funcionários.

Sobre as refeições, o DCE aponta para a necessidade da gratuidade, visto que Instituições como a UEMA oferecem refeições gratuitas diariamente. “Em 1995, o então presidente da Republica, Fernando Henrique Cardoso, vetou um direito que as universidades tinham de receber uma verba específica para os RU's, garantindo a gratuidade aos estudantes brasileiros. No contexto UFMA, o DCE "17 de Setembro", gestão "Somos quem podemos ser" prega e luta pela volta desta verba que se destina e garante a gratuidade do RU”, pronuncia Gustavo.

Em resposta, a UFMA informa que gasta anualmente 1,4 milhões de reais em investimentos no restaurante, sendo que recebe apenas 80 mil reais das vendas de tickets e cobre os gastos com taxas de concursos e do vestibular que a Instituição oferece.

A UFMA também aponta outras melhorias, como a aquisição de fornos combinados, carros térmicos de distribuição de alimentos e mesas com bancos acoplados, mas não consegue explicar porque a construção de vias de acesso para portadores de necessidades especiais ainda não começou.

Em novembro de 2008, o diretor do Departamento de Projetos e Obras (Depro) da Prefeitura de Campus afirmou que as obras das rampas de acesso da área vivência para a frente do Restaurante Universitário seriam iniciadas em dezembro, com previsão de conclusão para março de 2009. Mas o que se vê diariamente são cadeirantes obrigados a contar com a bondade alheia para realizar as suas refeições, sendo submetidos ao constrangimento e risco de atravessar as vias de acesso ao RU.


1 opiniões:

Emilly Castelo Branco disse...
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