Baseado no livro homônimo do romancista alemão John Boyne, o filme O menino do pijama listrado (2007) traz à tona um tema incapaz de ser pensado quando se trata de Segunda Guerra Mundial: a amizade entre um judeu e um herdeiro do nazismo.
Mark Herman, diretor e roteirista da produção, ficou conhecido na comédia romântica Hope Springs- Um lugar para Sonhar (2003), mas somente veio a consagrar-se ao adaptar o livro de John Boyne às telas do cinema.
Contextualizado em um período conturbado da história mundial, ou seja, durante a Segunda Guerra, o longa conta a história de um garoto de 9 anos que é obrigado a mudar de residência devido a ordens de Adolf Hitler ao seu pai, soldado nazista.
A família de Bruno (Asa Butterfield) é orientada a sair de sua bela mansão em Berlim para morar próximo ao famoso campo de concentração de Auschwitz, o que faz com que o garoto se distancie de crianças da sua idade e busque algo diferente em sua nova casa. Ao observar, da janela de seu quarto, uma movimentação de pessoas em um lugar - chamado por ele de fazenda - próximo à sua casa, Bruno decide aventurar-se por entre as florestas e descobrir o que há por trás dos pijamas listrados que vestem as pessoas que habitam aquela “fazenda”.
Ao desobedecer a sua mãe, belamente interpretada pela atriz Vera Farmiga, o menino conhece um mundo novo e completamente diferente do seu. Bruno conhece Shmuel, personagem interpretado pelo pequeno e gracioso Jack Scanlon, e que tem a idade de Bruno, mas vive uma realidade completamente diferente da de seu novo amigo. Ao longo do filme, os pequenos firmam uma amizade sólida e ingênua, em que a crueldade marcante pela Segunda Guerra Mundial, personificada na pessoa de Hitler, é vista de forma ingênua e despercebida sob os olhos de duas crianças.
Para quem gosta de surpresas em finais de filmes, O Menino do Pijama Listrado emociona e cativa de forma surpreendente aqueles que se mantém presos à idéia de que guerra é sinônimo de tristeza.
Instigante em seus momentos finais, o último suspiro do filme direciona os espectadores a uma conclusão raramente abordada por grandes cineastas especialistas em guerras mundiais: a prova de que os nazistas puderam saborear o próprio veneno.
De forma sutil, o drama supera a ausência de objetividade expressa no livro ao qual deu origem à produção.
Por: Andréa Barros
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