quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Grupo Mateus expulsa crianças com deficiência de supermercado na Cohama

O Art. 5º da Constituição preconiza que Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
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Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) toda criança tem o respeito à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direito civis, humanos e sociais.
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Na última quinta-feira (22) a Rede de Supermercados Mateus violou estes princípios quando não permitiu que crianças e adolescentes com deficiência permanecessem em um dos supermercados do grupo, localizado na Cohama.
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Segundo Gardênia Maria Araujo, mãe de uma das crianças, a escola que as crianças estudam estava realizando a semana de inclusão social e decidiu levar as crianças para fazer compras nos supermercado. “Fomos fazer compras para o encerramento da semana, e não pedir nada lá. Chegamos todos empolgados com nossos filhos e os funcionários fizeram uma barreira de seguranças para não entrarmos, me senti um lixo”.
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As crianças foram até o supermercado, acompanhadas por professores, pais e técnicos da escola – fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos – que estavam preparados para atendê-las diante de qualquer dificuldade, mas não conseguiram permanecer no local.
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De acordo com Raquel Castelo Branco, mãe de outro aluno, funcionários do supermercado alegaram que só poderiam entrar cinco crianças. “Tentamos entrar no estabelecimento, e logo na entrada uma funcionária disse que não poderíamos permanecer com crianças deficientes, pois precisávamos de uma autorização”.
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O que diz a LeiO Art. 227 da Constituição Federal estabelece que, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
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O ECA estabelece os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
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A Assessoria de Comunicação do Grupo Mateus, Futura – Assessoria de Comunicação, disse que não poderia se pronunciar sobre o assunto, mas que os três funcionários envolvidos no incidente foram afastados do cargo, e que o próprio dono da Rede, tinha ido até a escola das crianças, conversar com os professores e a diretoria e que, inclusive, se reuniu com os pais e responsáveis na última quarta-feira (28).
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O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, Dílson bessa, tentou entrar em contato com a diretoria da escola, mas não conseguiu. “Estamos tentando conversar com a diretoria, mas eles afirmam que tiveram orientação da Secretaria Estadual de Educação para não falar sobre o caso, pois segundo eles tudo não passou de um mal entendido”, garantiu o presidente.
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O dono do supermercado foi na sexta-feira (23) na escola, para saber como poderia ajudar a resolver o ocorrido. “Pra mim é um absurdo, hoje ele faz isso, mas não serão todos os dias que ele vai estar no supermercado para fiscalizar”, afirma Raquel Oliveira.
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Perguntados sobre o caso, O Centro de Ensino de Educação Especial Padre João Mohana, localizado no Vinhais, alegou, por intermédio, da funcionária identificada por Rejane, que a escola não iria mais falar sobre o assunto. “Não podemos mais falar sobre este assunto, o caso já foi levado à Secretaria Estadual de Educação e as medidas cabíveis já estão sendo tomadas”, afirmou a funcionária.
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O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência está juntando as informações necessárias para entrar em contato com os Conselhos de Direito das Crianças e Adolescentes para posteriormente entrar com um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA). “Já estamos em contato com os responsáveis das crianças, para marcar uma reunião e tentar levarmos este caso a DPCA”, conluiu Dílson.

4 opiniões:

Deca Barros disse...

pelo que eu acho frank, mas não sei ainda, é que não houve discriminação por parte dos funcionários, até pq eu li que eles deixariam entrar 5 crianças (deficientes ou não) e acho que foi uma injustiça afastar os 3. Ao meu ver, pelo que eu entendi, eles talvez não sabiam que um grupo consideravelmente grande tinha autorização de entrar no estabelecimento. O fato é que não acredito em hipotese alguma que eles barraram as crianças só por serem deficientes e sim pela quantidade de pessoas que iriam entrar no estabelecimento. Tem que ouvir a parte dos funcionários também, até pq hoje tah dificil emprego e acho que eles tem consciencia desse tipo de ação discriminatória. Esclarecimentos dos fatos! Valeu!

Frank Lima disse...

Olá Deborah, acho que você não percebeu, mas tentei entrar em contato com os funcionarios, mas a assessoria de comunicação do Mateus disse que os mesmos não iriam falar porque estavam afastados. Serem barrados pela quantidade de pessoas que estavam entrando? - Me poupe Deborah, isto é motico para os funcionarios não deixarem as pessoas entrar no supermercado? E seu eu levar um grupo de amigos para um supermecado, serei barrado? Isso não justifica, por lei, é um ambiente publico, e de acesso a todos, portanto isso não pode ocorrer.

Não sei a quem voce quer defender, mas todas as informações que foram colocadas ai, sairam de uma investigação e não apenas opiniões. Acho que você deveria ver como as pessoas com deficiencia são tratadas no dia dia, ai tu verás como existe sim o preconceito. As vezes ele pode até ser involutário, mas que existe, existe.

Obrigado pelo comentário.

Solange Ferreira disse...

Quantidade de pessoas a entrar em um determinado estabelecimento nunca foi motivo de serem barrados. Isso é puro preconceito. além do mais nem mesmo os funcionário devem ser afastados. Pois se agiram assim, devem ter recebido ordem p/ ser cumprida. Sou mãe de um lindo menino com sindrome de down e é muito mais educado q muitos adultos em vários estabelicimentos. E até mesmo q algumas crianças mimadas q quebram e comem nos supermercados.
todo preconceito é dado pela falta de educação e conhecimento.
Aff! Que pais é esse.
Sede de olimpiadas, melhor no futebol e horrivelmente arcaico.

Unknown disse...

O q de fato ocorreu foi um grande equivoco,alguns funcionarios desinformados acharam q pelo numero de pessoas tratava-se de uma excurssao e q para isso seria necessario uma autorizaçao do marketing para tal passeio.Essa questao de preconceito é uma imbecilidade,tanto q o Grupo Mateus conta com muitos colaboradores portadores de necessidades especiais.